Belle caminha compulsiva pelo Submundo. As horas passam. Licurgo a encontra. “Consegui algumas pessoas. Estão na sala de reuniões.”
“Até que enfim! Já ia sozinha.”
“Sabe chegar na Fiki?”
“Eu... é... eu dou um jeito.”
Licurgo não responde. Caminham até a sala dos incensos. Não há fumaça. Nenhum incenso queimando. Belle sente-se mais confortável. Três desconhecidos estão na sala com Anódina.
Licurgo aponta para um homem baixo. Sorriso triste. Pele escamosa e verde. “Belle, este é Tanaceto. Será o guia até a Fiki.”
“Papaver é a combatente de vocês.” A mulher no sofá com Anódina acena para Belle. Licurgo parece pequeno ao lado dela. Dois metros e meio de altura e largura. Músculos prontos para esmagar crânios. Corpo para resistir disparos de laser.
Um garoto ao lado de Tanaceto sorri. “E ai? Sou Melkior.” Belle retribui o sorriso com esforço. Melkior é mais novo do que ela.
Anódina abraça Belle. “Está se arriscando, criança. Talvez seja seu destino.” Abraça um por um. “Dou a minha benção para este trabalho. Partam meus filhos e voltem vivos.”
Melkior arrasta os pés. Olha em volta. Procura algo. Desiste. “E ai? Falta muito?”
Tanaceto resmunga. “Pela última vez Melkior, falta. Eu digo quando chegarmos, certo?”
“Tá. Não gosto de caminhar no escuro, só isso.”
Belle segura à mão de Melkior. “Tudo bem.”
“Parem!” Sussurra Papaver.
Belle força a visão. “Um agente. Fujam!”
Lanternas apontam na direção do grupo. “Alvos localizados. Iniciar captura.”
“Corram! Eu cubro!” Grita Papaver.
Belle, Melkior e Tanaceto correm. O agente dispara. Atinge Belle no braço esquerdo. Papaver, no peito. A guerreira investe contra o agente. Outro disparo. Papaver cai eletrocutada.
Os fugitivos correm por alguns instantes.
“Não... estou... me sentindo... bem...” Diz Belle.
“Munição envenenada. Apóie-se em mim e em Melkior.”
A garota ajoelha. Contorce-se de dor sobre o estômago. Desmaia.
Belle acorda. Melkior e Tanaceto caídos sobre ela. Mortos. Belle grita. Rasteja para longe dos corpos retalhados por garras. As roupas dela inundadas de sangue coagulado. O cheiro de ferro é forte. Belle vomita. Ofega. Respira entre soluços. Chora. Lágrimas misturam-se com sangue. Cambaleia para longe. Passos vacilantes.
“Anódina me pergunta sozinha respostas respostas respostas as garras do animal fugir do sangue fugir o cheiro atrás de minha culpa casa preciso ir casa...”
Sem consciência do caminho, ela retorna ao Submundo. Os sobreviventes a encaram. Afastam-se. Olham de longe. Licurgo corre na direção de Belle e a abraça. Anódina logo atrás.
“O sangue... o sangue... Licurgo.”
Licurgo a coloca entre os braços. “Calma, criança, calma.”
“Não... estou... me sentindo... bem...” Ela diz. Cai dos braços de Licurgo. Contorce-se de dor sobre o estômago. Desmaia.
Belle acorda. Esta em uma jaula. O cheiro de sangue supera tudo a sua volta. Corpos de sobreviventes destroçados ao longo do submundo. Olhos Negros ao redor da jaula. “...informe a central que X-49 realizou a missão. Submundo eliminado...”
Belle salta contra as grades da jaula. Ruge como um leão.
“Capitão, o espécime X-49 despertou. Aguardando ordens.”
“Ativar contenção elétrica. X-49 deve permanecer inconsciente até retornar ao laboratório.”
A jaula de Belle faísca. O cheiro de ozônio mais forte do que o cheiro de sangue. O choque a derruba. “Não existem respostas, só perguntas...” Ela pensa. Desmaia.
Poema 266 - Correr
Há 13 anos
4 comentários:
Ela tinha alguma espécie de... ai, esqueci o nome :/ aquele chip para localização?
GPS talvez? :P
A Corporação podia ter tanto um localizador nela como encontrado o Submundo.
Poderia ter uma criação genética, (como Anódina, que sentia habilidades) para rastreador mutantes.
Existem infinitas possibilidades.
Algumas indicações no texto.
Obrigado pelos comentários Carol.
Beijos.
Ok... ai de ti se não continuares isso!!! Ficou altos bom! Parabéns!
"Algumas indicações no texto."
o sangue coagulado na real ñ era sangue =X era alguma invenção da corporação... eles mataram só os outros dois e deixaram a belle viva p ela levar esse "sangue" até o submundo... tanto q qd ela chega lá a anódina fala alguma coisa do sangue... sei lá =X o cheiro do sangue foi descrito em todos os lugares... d alguma forma foi ele q deu a localização do submundo... hehe
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