Laboratório. No centro da sala um tubo do chão ao teto. Vidro transparente. Névoa no interior. Fios enraizados no chão. Serpenteiam até computadores na parede. Tique taque, ding. Um transistor eleva-se no chão. A névoa escorre do tubo. No interior, preso por cabos, o Primeiro-Homem. Abre os olhos. Os cabos desprendem-se. Ele cai no chão. Nu.
Encolhe-se. Treme. Apóia-se nas mãos. Levanta. Olha em volta. Olhos vazios. Distantes. Não reconhece onde está. A frente uma porta. Atrás o tubo. Encosta nele. Gelado. Caminha até a porta. Para. Estende a mão. Encolhe-a. Estica outra vez. Toca. Ela se abre.
Sala. As paredes gessadas com uma floresta tropical. Exceto, ao norte, coberta por um tapete. Homens astecas trançados na peça. Vestem peles de jaguares. Penas adornam os corpos. Em cima de mesas, espadas de obsidiana. Rodeando-as, estátuas bronzeadas de ameríndios.
Procura uma saída. Levanta o tapete. Uma porta escondida. Abre-a. Outra sala. Mesas com roletas. Cartas. Dados. Brilham como vaga-lumes morrendo. “Um cassino?” Silêncio.
Passa a mão sobre uma roleta. Pó. Grosso. Pegajoso. Esfrega os dedos.
Outra porta abre. Um corredor escuro. Batida metálica. Engrenagens rangem. Outro golpe. O Primeiro-Homem dá passos para trás. Engrenagem. Estampido metálico. Ele esbarra em uma mesa. Aguarda. Engrenagem. Estrondo metálico.
Um robô sai das trevas. Peças de relógio giram no corpo. Feridas expostas presas em chapas metálicas. Vapores saem por frestas. Rodam outra vez. Pernas cilíndricas golpeiam o chão. Anda. Para. Recomeça.
O Primeiro-Homem encara a máquina. Busca-lhe os olhos. Fendas negras em uma cabeça oval. Sem boca. Sem nariz. Rosto funcional. Os passos do robô cessam. Vapores. A máquina encara o Primeiro-Homem.
“Aguardam o senhor na outra sala. Siga-me, por favor.” A voz soa por entre as engrenagens. Nota única. Grave e metálica.
O robô vira de costas. Vapor. Engrenagens. Passo. O Primeiro-Homem desentorpece. Alcança o robô e atravessa a porta.
Corredor. O chão gelado lembra-o de sua nudez. À frente, uma mesa e um abajur. O crepúsculo ilumina calças e camisas camufladas. Tons de verde. Penas misturadas com a camuflagem. Pares de botas embaixo da mesa. O Primeiro-Homem se veste. Olha para a entrada. Uma placa de ferro lacrou-a.
“Preciso achar a saída.” Submerge na escuridão. Tateia as paredes. Uma explosão de luz o cega. É empurrado para frente. Cai de joelhos. As mãos cheias de areia. Gritos incompreensíveis. Vindos de milhares de bocas. Por todos os lados. A visão retorna.
Noite. Arena. Vinte, trinta mil pessoas observando-o. Não há como precisar. No céu, a Terra está em quarto crescente. Maior do que o sol.
“Que os jogos comecem.” Soam os auto-falantes. Ele levanta. “O que está acontecendo?”
A multidão joga espadas, clavas e tridentes para o interior da arena. “Armas?! Para quê?” O coração acompanha as palmas e os gritos da multidão. A boca pende aberta. Seca.
Entra um homem alto, alto demais. Dinossaurico. Branco. Sem pêlos no corpo. Veste calças vermelhas. Na mão esquerda uma espada longa, na outra um chicote. As armas zumbem como vespas.
“Lutar?” O Primeiro-Homem olha ao redor. A multidão levanta. Grita mais alto.
O chicote zumbe no ouvido direito do Primeiro-Homem. Com uma acrobacia se esquiva. “Como fiz isso?!”
O gigante prossegue. Desfere golpes seguidos com a espada. Não acerta. Encurrala-o. O gigante sorri. Mira o coração. Golpeia com a ponta da espada.
O Primeiro-Homem sua. Respira rápido. Barulhento. O pescoço lateja. A cabeça dói. Pernas tensionadas. Salta.
A espada crava na parede. O Primeiro-Homem pousa na prancha da arma. O zumbido intensifica. Agressivo. As botas são destruídas pela vibração da arma. Pula para os ombros do gigante. Depois para a beirada da marquise com um mortal de costas. As pessoas ovacionam.
O gigante chicoteia a marquise. O Primeiro Homem joga-se na multidão. Lascas de pedra caem da parede na areia.
“Peguem-no! Ele não pode descobrir a verdade.” Soam os auto-falantes.
A multidão tenta agarrá-lo. Soldados surgem das portas de acesso. Desvencilha-se, foge. Chega ao topo do estádio. Do beiral ao chão, 100 metros.
“Pule.” Ouve dentro de si. Olha para trás. Os guardas estão próximos. “Você consegue.”
Um guarda agarra-lhe a camisa. O Primeiro-Homem se solta. Rosto tenso. Olhos arregalados. Inclina-se. Deixa o corpo cair. Desliza entre faixas e letreiros. Rola entre eles. Noutros está em queda-livre. Aterriza no topo de um caminhão. Amassa a estrutura. Abana para os guardas.
O veículo entra em um túnel escuro. ”O que farei agora?”
Encolhe-se. Treme. Apóia-se nas mãos. Levanta. Olha em volta. Olhos vazios. Distantes. Não reconhece onde está. A frente uma porta. Atrás o tubo. Encosta nele. Gelado. Caminha até a porta. Para. Estende a mão. Encolhe-a. Estica outra vez. Toca. Ela se abre.
Sala. As paredes gessadas com uma floresta tropical. Exceto, ao norte, coberta por um tapete. Homens astecas trançados na peça. Vestem peles de jaguares. Penas adornam os corpos. Em cima de mesas, espadas de obsidiana. Rodeando-as, estátuas bronzeadas de ameríndios.
Procura uma saída. Levanta o tapete. Uma porta escondida. Abre-a. Outra sala. Mesas com roletas. Cartas. Dados. Brilham como vaga-lumes morrendo. “Um cassino?” Silêncio.
Passa a mão sobre uma roleta. Pó. Grosso. Pegajoso. Esfrega os dedos.
Outra porta abre. Um corredor escuro. Batida metálica. Engrenagens rangem. Outro golpe. O Primeiro-Homem dá passos para trás. Engrenagem. Estampido metálico. Ele esbarra em uma mesa. Aguarda. Engrenagem. Estrondo metálico.
Um robô sai das trevas. Peças de relógio giram no corpo. Feridas expostas presas em chapas metálicas. Vapores saem por frestas. Rodam outra vez. Pernas cilíndricas golpeiam o chão. Anda. Para. Recomeça.
O Primeiro-Homem encara a máquina. Busca-lhe os olhos. Fendas negras em uma cabeça oval. Sem boca. Sem nariz. Rosto funcional. Os passos do robô cessam. Vapores. A máquina encara o Primeiro-Homem.
“Aguardam o senhor na outra sala. Siga-me, por favor.” A voz soa por entre as engrenagens. Nota única. Grave e metálica.
O robô vira de costas. Vapor. Engrenagens. Passo. O Primeiro-Homem desentorpece. Alcança o robô e atravessa a porta.
Corredor. O chão gelado lembra-o de sua nudez. À frente, uma mesa e um abajur. O crepúsculo ilumina calças e camisas camufladas. Tons de verde. Penas misturadas com a camuflagem. Pares de botas embaixo da mesa. O Primeiro-Homem se veste. Olha para a entrada. Uma placa de ferro lacrou-a.
“Preciso achar a saída.” Submerge na escuridão. Tateia as paredes. Uma explosão de luz o cega. É empurrado para frente. Cai de joelhos. As mãos cheias de areia. Gritos incompreensíveis. Vindos de milhares de bocas. Por todos os lados. A visão retorna.
Noite. Arena. Vinte, trinta mil pessoas observando-o. Não há como precisar. No céu, a Terra está em quarto crescente. Maior do que o sol.
“Que os jogos comecem.” Soam os auto-falantes. Ele levanta. “O que está acontecendo?”
A multidão joga espadas, clavas e tridentes para o interior da arena. “Armas?! Para quê?” O coração acompanha as palmas e os gritos da multidão. A boca pende aberta. Seca.
Entra um homem alto, alto demais. Dinossaurico. Branco. Sem pêlos no corpo. Veste calças vermelhas. Na mão esquerda uma espada longa, na outra um chicote. As armas zumbem como vespas.
“Lutar?” O Primeiro-Homem olha ao redor. A multidão levanta. Grita mais alto.
O chicote zumbe no ouvido direito do Primeiro-Homem. Com uma acrobacia se esquiva. “Como fiz isso?!”
O gigante prossegue. Desfere golpes seguidos com a espada. Não acerta. Encurrala-o. O gigante sorri. Mira o coração. Golpeia com a ponta da espada.
O Primeiro-Homem sua. Respira rápido. Barulhento. O pescoço lateja. A cabeça dói. Pernas tensionadas. Salta.
A espada crava na parede. O Primeiro-Homem pousa na prancha da arma. O zumbido intensifica. Agressivo. As botas são destruídas pela vibração da arma. Pula para os ombros do gigante. Depois para a beirada da marquise com um mortal de costas. As pessoas ovacionam.
O gigante chicoteia a marquise. O Primeiro Homem joga-se na multidão. Lascas de pedra caem da parede na areia.
“Peguem-no! Ele não pode descobrir a verdade.” Soam os auto-falantes.
A multidão tenta agarrá-lo. Soldados surgem das portas de acesso. Desvencilha-se, foge. Chega ao topo do estádio. Do beiral ao chão, 100 metros.
“Pule.” Ouve dentro de si. Olha para trás. Os guardas estão próximos. “Você consegue.”
Um guarda agarra-lhe a camisa. O Primeiro-Homem se solta. Rosto tenso. Olhos arregalados. Inclina-se. Deixa o corpo cair. Desliza entre faixas e letreiros. Rola entre eles. Noutros está em queda-livre. Aterriza no topo de um caminhão. Amassa a estrutura. Abana para os guardas.
O veículo entra em um túnel escuro. ”O que farei agora?”
Um comentário:
O primeiro-homem poderia trabalhar no residente evil com facilidade... Ficou bom, cadenciado. Mas não posso negar que o tema é lugar comum.
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